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Conceitos

Diagnósticos1

Sangramentos uterinos anormais

Todo e qualquer sangramento fora do habitualmente relatado pela paciente ou que tenha impacto na sua saúde física, emocional ou social.

Antigamente, havia distinção etiológica hormonal entre os conceitos de sangramento anormal disfuncional e não disfuncional2. Esta distinção caiu por terra em 20173.

Atualmente, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia recomenda que se use a distinção entre etiologias estruturais e não estruturais.

Categoria Descrição
Estruturais (PALM)
Pólipo Crescimento benigno no endométrio ou canal endocervical.
Adenomiose Presença de tecido endometrial no miométrio.
Leiomioma Tumores benignos do músculo uterino, também conhecidos como miomas.
Malignidade e Hiperplasia Neoplasias malignas ou crescimento excessivo do endométrio.
Não Estruturais (COEIN)
Coagulopatia Distúrbios hemorrágicos que afetam a coagulação sanguínea.
Disfunção Ovulatória Irregularidades na ovulação, incluindo anovulação.
Endometrial Anormalidades no funcionamento do endométrio sem lesões estruturais.
Iatrogênica Sangramentos causados por intervenções médicas ou uso de medicamentos.
Não Classificado Outras causas não especificadas nas categorias anteriores.

Não disfuncionais

As causas podem ainda ser orgânicas ou não orgânicas:

Orgânicas:

Os sangramentos também podem ser classificados como ovulatórios, principalmente durante a menacme ou anovulatórios, notadamente na puberdade e na perimenopausa.

Conduta

Hormonioterapia

O objetivo da prescrição hormonal no sangramento pode ser seu controle imediato ou sua regulação a longo prazo.

Os progestágenos tendem a estimular uma estabilidade de endométrio, levando a regulação de sangramento em médio ou longo prazo.

Os estrógenos causam forte vascularização e reforço da trama endometrial, cessando de forma mais intensa os sangramentos. Porém, quando encerrada a terapia há forte descamação uterina, retornando o sangramento anterior ou até mais intenso.

Progestagenioterapia

Não interrompe o sangramento, apenas regula-o, pois a proliferação endometrial continua. Haverá curetagem farmacológica duas semanas após.

Fármaco Posologia
Medroxiprogesterona oral 1) 60-120mg/dia até parar sangramento, seguidos de 20-40mg/dia por 3 a 6 semanas.

2) 10mg/4h até 80mg ou parada do sangramento seguido de 10mg/6h por 4 dias seguido de 10mg/8h por 3 dias seguido de 10mg/12h por 2 dias por até 2 semanas e manutenção com 10mg/dia.
Megestrol oral 1) 80-160mg/dia até parar sangramento seguido de 40-80mg/dia por 3 a 6 semanas.
Noretisterona oral 1) 5-10mg/4h até parar sangramento seguido de 5-10mg/6h por 4 dias seguido de 5-10mg/8h por 3 dias seguido de 5-10mg/12h por 2 dias e manutenção com 5-10mg/dia.

2) 5-15mg por 2 dias seguidos de 5-10mg por 3 a 6.

Estrogenioterapia

Interrompe bem o sangramento, porém provoca sangramento intenso na retirada.

Fármaco Posologia
Etinilestradiol oral 1) 90mg/8h por 2 dias e 30mcg/dia por mais 3 a 6 semanas.

2) 30mcg/6h até parar sangramento.

3) 30mcg/8h por 2 a 7 dias.

4) 30mcg/12h por 2 a 7 dias, seguido de 30mcg/dia de manutenção.

Outras medicações

Atuam de forma global, inibindo as vias anticoaguladoras.

Fármaco Posologia
Ácido épsilon-aminocaproico 1) 1-2g oral de 8/8h ou de 6/6h por até 7 dias.

2) 1g endovenoso de 8/8h ou de 6/6h com no máximo 4g por paciente.
Ácido tranexâmico 1) 15 a 25mg/kg de 8/8h por no máximo 7 dias.

2) 500mg-1g endovenoso de 50mg/ml de 8/8h por no máximo 3 dias.

3) acima de 3 dias sempre oral.

Fluxogramas de conduta


  1. Machado LV. Sangramento uterino disfuncional. Arq Bras Endocrinol Metab [Internet]. 2001Aug;45(4):375–82. Available from: https://doi.org/10.1590/S0004-27302001000400010 ↩︎

  2. EstratégiaMed. Guia prático - GO Descomplica. 2022. Brasil. ↩︎

  3. FEBRASGO. Sangramento uterino anormal. Pg 11. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. 2017. Série Orientações e Recomendações FEBRASGO. n. 7, 2017. ISSN 2525-6416. ↩︎


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