E.S.P de 28 anos, vítimia de acidente moto vs. carro em esquina de alta velocidade há 30min;
Sem avulsão, sofreu queda direta ao solo sem rolagem, sobre o glúteo direito;
Nega perda de consciência, náuseas e vômitos;
Queixa-se de dor lombar.
Nega comorbidades, medicamentos de uso contínuo e alergias;
Última anti-tetânica há um ano.
XABCDE
X - Sem sangramentos ativos;
A - Via aérea pérvia, palpação cervical indolor. Movimentação passiva do pescoço ampla e indolor;
B - MV simétricos, sem RA, expansibilidade preservada, tórax indolor à palpação, satO2 96%;
C - Pulsos cheios bilaterais radiais e pediosos, sem sinais de peritonite, pelve estável, FC 84bpm e TEC < 3s em MMII;
D - Glasgow 15. Mobiliza ambos membros. Refere dor em MID proximal, limitante do movimento;
E - Sem estigmas e lesões cranianas, torácicas ou abdominais. Dor na palpação lombar. Desconforto na mobilização pélvica. Escoriação em face lateral de coxa direita. Sensório preservado em ambos MMII;
FAST - Todas janelas negativas.
Condutas
Retiro colar cervical;
Solicitada tomografia de crânio, tórax, abdome e de coluna.
Demais tomografias
Cabeça sem sugestão de lesões hemorrágicas, fraturas ou contusão;
Cisternas encefálicas patentes, linha média centrada, sem desvios;
Sulcos e giros cerebrais de aspecto normal, relação cortico-subcortical preservada;
Tórax e abdome normais.
Neurocirurgia IHBDF
Lesão complexa lombar em L2.
Explosão de L2 com múltiplos fragmentos de corpo, lâminas e processos vertebrais, com descontinuidade cortical, múltiplos fragmentos, comprometimento do canal vertebral e retropulsão de fragmentos.
Internação pela UNC;
Avaliação da equipe de coluna;
Analgesia, hidratação de manutenção e tenoxicam.
Trauma vertebromedular
Dos pacientes com TCE, 5% tem TVM;
55% cervicais, 15% torácicas, 15% lombares e 15% lombossacrais;
A movimentação pós-trauma e a manipulação excessiva associadas a piora do quadro;
A piora dos sintomas ou até mesmo seu surgimento geralmente se dá após o atendimento no DE;
O exame da coluna pode ser adiado no paciente corretamentamente imobilizado;
Complicações
Choque neurogênico - hipotonia vasomotora por perda simpática (torácico);
Choque medular - flacidez por queda no tônus muscular imediatamente após o trauma, evoluindo com espasticidade;
Paraplegia (torácica) e tetraplegia (cervical);
Considera-se que todos níveis abaixo da lesão traumática sofreram lesão incompleta até prova contrária;
Cervicais - déficit neurológico importante, forame maior. Até 10% das fraturas de cervical acompanham outra não contígua em qualquer segmento;
Torácicas - risco maior de choque neurogênico e geralmente isoladas. Pela rigidez da caixa torácica, costumam ser estáveis, mas pelo início do afunilamento do forame, são geralmente completas.
Lombares - por afetares apenas a cauda equina, costumam resultar em lesões incompletas e déficits compostos.
Referências
HENRY, S. M. D.; MONIQUE, D. Atls advanced trauma life support 10th edition student course manual, 10e. AMERICAN COLLEGE OFSURGEO,[Place of publication not identified], 2018.