ATENÇÃO: Página em construção

Intro

Este é um compêndio de eletrocardiogramas de condições incomuns, de acordo melhores manuais12 e outras referências.

Geometria do eletrocardiograma

Em breve: desenho tridimensional.

Arritmias atriais

Derivação de Lewis

A identificação das ondas $P$ é de extrema importância em diagnósticos eletrocardiográficos atriais. Quando a linha de base do exame não oferecer boa visualização destas ondas, existe a opção de posicionar derivações bipolares, sendo a mais famosa a de Lewis

Taquiarritmia supraventricular paroxística

Vias acessórias de condução, Wolff-Parkinson-White e outras condições preciptantes tornam o ritmo cardíaco acelerado mantendo origem atrial, preservando-se a morfologia de $\overline{QRS}$.

Registro oportuno do fim de taquicardia supraventricular paroxística.

Fenômeno de Ashman

$QRS$s alargados, com morfologia de BRD que aparecem com $\overline{RR}$ curto se comparado ao prévio. Pode se apresentar em quaisquer arritmias, porém é mais comum na fibrilação atrial.

Exemplo real de paciente com fibrilação atrial. Note a morfologia de BRD

Fibrilação atrial

graph TD;
2(Presença de ondas f.
Ritmo irregularmente irregular.) --> fa(Fibrilação atrial); fa -- hemodinamicamente
instável --> cve(1. Internação;
2. Cardioversão elétrica imediata:
200J iniciais
ou
Bifásico 200J
ou
Pás anteroposteriorizadas
); fa -- hemodinamicamente
estável --> t(Tempo de sintomas) -- menor que 48h
ou
paciente já anticoagulado --> 3(Cardioversão elétrica ou química); t -- menor que 7 dias --> 4(Ainda compensa
tentar cardioversão
química); t -- maior que 7 dias
ou
anticoagulação desconhecida --> 6(1. Anticoagular;
2. Jejum;
3. Sedação;
4. Cardioversão elétrica.
); 3 --> alta(Na alta:
Anticoagular todos pacientes, exceto se CHADSVASC zero!); 4 --> alta; 6 --> alta;

Cardioversão química

Flutter atrial

ECG típico com ondas F de base elétrica perdida.
graph TD;
5(Presença de ondas F em II, III e aVF
possivelmente negativas.
Base isoelétrica perdida.) --> ff(Flutter atrial); ff --> t2(Tempo de sintomas) -- menor que 48h --> 7(Tentar cardioversão com 50J) -- falha --> 8(Repetir com 200J); t2 -- maior que 48h --> 9(1 Controle de frequência ventricular.
2 Ecocardio para
descartar trombos.);

Controle de frequência ventricular

Observações

Extrassístoles supraventriculares

Observe as diferentes ondas P precedendo diferentes QRSs

Bloqueio atrioventricular

De grau 1

De grau 2 - Mobitz I

Grau 2 Mobitz I

De grau 2 - Mobitz II

Grau 2 Mobitz II

Causas:

De grau 3 ou bloqueio total

Grau 3 - total: note que as ondas P's estão em taquifrequência e os QRS não

Bloqueio divisional anterosuperior

O bloqueio escondido! Geralmente assintomático, a única suspeita será o eixo desviado. Quando apresenta clínica, são sintomas indeterminados como síncopes.

Critério obrigatório:

Critérios não obrigatórios:

Bloqueio anterosuperior com eixo desviado e vários critérios preenchidos. Há, também, um claro bloqueio de ramo direito

Ritmo juncional

Na ausência de ritmo predominante do nó sinoatrial, pode ocorrer do nó atrioventricular, da região de junção entre câmaras superiores e inferiores, assumir a regulagem cardíaca, com uma frequência caracteristicamente baixa de mais ou menos 40 a 60bpm, débito cardíaco existente mas reduzido e sintomas gerais de baixo débito. Na verdade, pode ser confundido com bloqueio grau 3. O manejo pode ser feito como bradicardia instável, com uso de atropina em bomba, adrenalina ou marca-passo.

Note em precordiais V2 a V4 esboços de ondas P perdidas. Entretanto, este traçado não consegue fechar um bloqueio de 3 grau, com ritmo assumido pelo nó atrioventricular. A frequência gira em torno dos 35 a 40bpm.

Bloqueios de ramos

Patients have an LBBB when the QRS duration exceeds 120 ms (Figure 13.7); the QRS complex is largely nega- tive in leads V1–V3 and positive in leads I, aVl, V5, and V6. The LBBB is associated with STE with upright T waves in leads V1 through V3 and ST segment depres- sion with inverted T waves in the lateral leads I, aVl, V5, and V6

Esquerdo

Necessário:

Achados:

Bloqueio de ramo na vigência duma fibrilação atrial

Direito

Em breve.

Ondas delta

Destaque para onda delta no início do QRS

Wolff Parkinson White

ECG típico em síndrome Wolff-Parkinson-White

Sobrecarga atrial

Esquerda

ECG com Morris de 16msmV ou 160msmm em V2. Note que em V1 o índice pode ser ainda maior por se tratar de provável artefato.

Sobrecarga ventricular

Esquerda

Direita

Ondas J ou de Osborn

ECG de sobrecarga de câmaras esquerdas com onda de Osborn

Achados isquêmicos

Alterações de repolarização

Em breve.

Infradesnivelamento de ST

Em breve.

Supradesnivelamento de ST

O ponto $J$ se desnivela acima da linha de base em $V2$ e $V3$:

Nas derivações de plano horizontal e em $V1$, $V4$ a $V6$:

Supradesnivelamento de ST na vigência de bloqueio de ramo

Quando identificado um bloqueio de ramo, é necessário alguma ferramenta de diferenciação entre supradesnivelamento causado pelo bloqueio versus o causado pela isquemia. Estas ferramentas são os critérios diferenciadores, sendo o de Sgarbossa o mais utilizado.

Porém, este critério tem alta especificidade e baixa sensibilidade, tornando seu uso na emergência controverso, já que teria pouco poder preditivo negativo.

Mais recentemente foi proposto o critério de Barcelona4, onde se averigua se quaisquer tipos de desnivelamentos maiores que 1mm alcaçam algum dos critérios:

Registro de derivação II preenchendo critério de Barcelona com infra de 1mm discordante da polaridade de QRS que não alcança 7mm. Note o bloqueio de ramo esquerdo.

Padrão Wellens

Um extenso infarto está iminente. A repolarização mostra alterações por grande estenose ou outra forma de obstrução que estão em iminência de agravamento, por isso ainda não há sinais de dano franco miocárdico como supradesnivelamento, onda Q patológica ou má progressão de R.

Padrão Winter

Em breve.

Padrão Aslanger 5

Um infarto transmural de parede inferior sem configuração tradicional de infarto com supra.

Além disso, o comprometimento de circunflexa e outros infartos difusos também podem apresentar correlação com o padrão.

Aslanger típico.

Isquemia circunferencial

Supradesnivelamento de $\overline{ST}$ em $aVR$ e infradesnivelamento em derivações precordiais. A literatura pode divergir sobre quantas derivações com infra são necessárias para diagnóstico.

Isquemia circunferencial provavelmente em início, note o padrão de supra ascendente "feliz" em aVR.

Padrão de ascenção côncava para baixo ou “feliz”

Indica início de infarto miocárdico ou alterações não isquêmicas na topografia da derivação ou globais, como alterações eletrolíticas.

Supradesnivelamento com aspecto de concavidade voltada para cima.

Conduta na isquemia miocárdica

graph TD;
A(Paciente com dor torácica suspeita de SCA) --> B{Realizar ECG em ≤10 minutos};
B -->|ECG com supradesnivelamento ST| C(Diagnóstico: STEMI);
B -->|ECG sem supradesnivelamento ST| D(Avaliar biomarcadores);
D --> Z(Reavaliar biomarcadores em 1h e avaliar curva)
Z -->|Biomarcadores elevados| E(Diagnóstico: NSTEMI);
Z -->|Biomarcadores normais| F(Diagnóstico: Angina Instável);
C --> G(Reperfusão imediata);
G --> H{Disponibilidade de ICP primária em ≤90 minutos?};
H -->|Sim| I(Intervenção Coronária Percutânea);
H -->|Não| J(Terapia fibrinolítica);
J --> K(Encaminhar para angiografia em 3-24h);
I --> L(Continuar DAPT + Anticoagulante);
E --> M{Estratificação de risco};
F --> M;
M -->|Alto risco| N(Estratégia invasiva em ≤24h);
M -->|Baixo risco| O(Tratamento clínico + Teste não invasivo);
N --> P(Angiografia coronária);
P --> Q{Lesão significativa?};
Q -->|Sim| R(Revascularização);
Q -->|Não| S(Otimizar terapia clínica);
O --> T(Avaliação com TC coronária ou teste de estresse);
T -->|Positivo| P;
T -->|Negativo| U(Alta com orientações);
L --> V(Prevenção secundária);
R --> V;
S --> V;
V(Estatinas, Betabloqueadores, IECA/ARA II, Reabilitação cardíaca);

Marcadores miocárdicos

Em breve.

Progressão temporal dos marcadores

dias20> 100~501Nível de decisãoMúltiplos do nível de decisãoCDBA1234567

Achados diversos

Inversão fisiológica de ondas T

É possível o achado de ondas T precordias invertidas, principalmente em mulheres jovens e atletas.

Eletrocardiograma de mulher jovem sem sintomas e comorbidades mostrando V1 e V2 com T invertida.

Marca-passo

Espículas pequenas precedendo QRSs efetivos.

Sinal de Crochetage

Indica comunicação entre átrios e trata-se de um entalhe no topo das ondas $R$ de derivações inferiores.

Topo de onda R entalhada em aVF em paciente com comunicação iteratrial conhecida.



  1. Malcolm S Thaler. ECG essencial 7°ed. Artmed, 2013. Porto Alegre - Brasil. ISBN 978-85-65852-76-0 1. ↩︎

  2. Cavalcanti, Eduardo et al. Manual de Eletrocardiografia Cardiopapers. Atheneu, 2017. [S. l]. Brasil. ISBN-13: 978-8538807926. ↩︎

  3. Maria Uggen Rasmussen, Andreas Fabricius-Bjerre, Preman Kumarathurai, Bjørn Strøier Larsen, Helena Domínguez, Jørgen K. Kanters, Ahmad Sajadieh. Common source of miscalculation and misclassification of P-wave negativity and P-wave terminal force in lead V1. Journal of Electrocardiology, Volume 53, 2019, Pages 85-88, ISSN 0022-0736, https://doi.org/10.1016/j.jelectrocard.2019.01.088↩︎

  4. DI MARCO, Andrea et al. New electrocardiographic algorithm for the diagnosis of acute myocardial infarction in patients with left bundle branch block. Journal of the American Heart Association, v. 9, n. 14, p. e015573, 2020. ↩︎

  5. Aslanger EK, Smith SW. Response to: “A new electrocardiographic pattern indicating inferior myocardial infarction”. J Electrocardiol. 2020 Nov 18. ↩︎


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